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O termo “quilombola urbano-rural” refere-se a uma comunidade que possui características tanto de quilombolas rurais quanto de quilombolas urbanos. Essas comunidades são formadas por descendentes de africanos escravizados que se estabeleceram tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas. Essa categoria foi criada para reconhecer e garantir os direitos dessas comunidades, que enfrentam desafios específicos relacionados à sua localização geográfica.
A história dos quilombolas urbano-rurais remonta ao período da escravidão no Brasil, quando africanos foram trazidos para o país como escravos. Muitos desses africanos conseguiram fugir das fazendas e se estabeleceram em áreas rurais, formando os quilombos. No entanto, outros africanos foram vendidos para trabalhar nas cidades, onde também enfrentaram condições de vida precárias.
Com o fim da escravidão, muitos quilombolas rurais migraram para as cidades em busca de melhores oportunidades de trabalho e condições de vida. Essa migração resultou na formação de comunidades quilombolas que possuem características tanto rurais quanto urbanas.
As comunidades quilombolas urbano-rurais são caracterizadas por uma mistura de elementos rurais e urbanos. Elas geralmente estão localizadas em áreas periféricas das cidades, onde a infraestrutura é precária e o acesso a serviços básicos, como água potável e saneamento, é limitado.
Essas comunidades muitas vezes preservam tradições culturais e práticas agrícolas dos quilombos rurais, mantendo uma forte ligação com a terra e a natureza. Ao mesmo tempo, elas também enfrentam os desafios e as oportunidades oferecidas pelo ambiente urbano, como acesso a empregos, educação e serviços de saúde.
As comunidades quilombolas urbano-rurais enfrentam uma série de desafios decorrentes de sua localização geográfica. A falta de infraestrutura básica, como saneamento e transporte público, dificulta o acesso a serviços essenciais. Além disso, a falta de regularização fundiária torna essas comunidades vulneráveis a despejos e remoções forçadas.
Essas comunidades também enfrentam discriminação e preconceito, o que dificulta o acesso a oportunidades de emprego e educação. A falta de políticas públicas específicas para as comunidades quilombolas urbano-rurais também contribui para a marginalização dessas comunidades.
Para garantir os direitos das comunidades quilombolas urbano-rurais, o governo brasileiro reconheceu oficialmente essa categoria em 2018, por meio do Decreto nº 9.307. Esse reconhecimento visa garantir o acesso a políticas públicas específicas, como regularização fundiária, educação e saúde, além de promover a preservação da cultura e das tradições dessas comunidades.
Além do reconhecimento oficial, as comunidades quilombolas urbano-rurais também têm buscado a titulação de suas terras, por meio do processo de regularização fundiária. A titulação das terras é fundamental para garantir a segurança jurídica das comunidades e evitar despejos e remoções forçadas.
A preservação das comunidades quilombolas urbano-rurais é de extrema importância para a valorização da cultura afro-brasileira e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Essas comunidades possuem um conhecimento ancestral sobre a terra e a natureza, que pode contribuir para a promoção da sustentabilidade e para o desenvolvimento de práticas agrícolas mais sustentáveis.
Além disso, as comunidades quilombolas urbano-rurais são guardiãs de uma história de resistência e luta contra a escravidão e o racismo. Ao preservar suas tradições culturais e compartilhar sua história, essas comunidades contribuem para a construção de uma identidade afro-brasileira forte e empoderada.
Em resumo, as comunidades quilombolas urbano-rurais são formadas por descendentes de africanos escravizados que se estabeleceram tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas. Essas comunidades enfrentam desafios específicos relacionados à sua localização geográfica, como falta de infraestrutura básica e discriminação. No entanto, o reconhecimento oficial e a busca pela titulação das terras têm contribuído para garantir os direitos dessas comunidades e promover a preservação de sua cultura e tradições.